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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Há 30 anos, Santos resgatava sua autonomia






De Curitiba

A minha ainda pátria sofre as sequelas dos tempos da ditadura militar.

Entre tantos exemplos, o de hoje.

Nesta sexta-feira, completam-se exatos 30 anos do decreto-lei 2.050, de 2 de agosto de 1983, que devolveu a Santos sua autonomia política (reproduzido acima).

Classificada como "área de segurança nacional" em 1969, pelos civis e militares que deram o golpe e depuseram em 1964 o presidente João Goulart, Santos perdeu o direito de eleger seu prefeito e decidir seus rumos. A administração do município foi delegada a interventores escolhidos pelo militar de plantão na Presidência da República.

Na virada dos anos 70 para os 80, com o desgaste do regime vigente, a classe política e a sociedade local conseguiram se mobilizar e, graças a essa pressão, veio o resgate da autonomia, no decreto assinado pelo presidente em exercício, Aureliano Chaves.

A eleição do novo prefeito só viria em 1984, em 3 de junho.

Bom, por que percebo evidências de que o regime militar conseguiu anular o que marcava a sociedade santista, qual seja uma politização à esquerda, progressista?

Primeiro, porque no ano em que Santos comemora três decênios do resgate de sua independência, o prefeito do município é justamente o herdeiro político do último prefeito biônico (nomeado pelo regime), Paulo Alexandre Barbosa, do PSDB, filho de Paulo Barbosa (Arena, PDS). Paulo Barbosa pai deixou o Paço Municipal, em 1984, sob ovos e vaias (confira aqui).

E, no dia para se lembrar daquela data histórica, não se tem notícia de nenhum ato público, manifestação, evento em celebração a esse marco

Enfim, a autonomia definitiva Santos conquistaria de fato em 1984, com as eleições para prefeito e vereador em 3 de junho daquele ano, e a posse do eleito - Osvaldo Justo (PMDB) - em 9 de julho (recorde aqui).

Portanto, ano que vem teremos os 30 anos da independência plena. Que o aniversário seja devidamente celebrado. Aqueles anos de escuridão precisam ser recontados às duas, três gerações que talvez não tenham a exata dimensão do que aquilo representou para a história e o futuro da vida santista.

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