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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Razão para fugir

Ilustração do Sistema Meteorológico do Paraná  (Simepar)

De Curitiba

Este emaranhado de setas, curvas e parábolas é para mostrar que nos próximos dias, por estas plagas sulinas, não teremos trégua.

O frio segue firme.

Pelo menos até segunda-feira, previsão de mínimas na casa de um dígito, inclusive com geada.

Frio que tem sido cruel. Mais do que o incômodo à prática das atividades diárias - tomar banho, lavar louça, esperar ônibus no ponto, estudar, trabalhar - tem causado mortes. Foram três, só no Paraná, nos últimos dias.

Adriana Calcanhoto canta que o inverno no Leblon é quase glacial. Seguramente a gauchinha se refere a fatores outros que não necessariamente os meteorológicos.

Porque quase glacial é o inverno por aqui.

♪ Você tem razão de fugir assim desse frio ♪

domingo, 26 de junho de 2011

Do tamanho da América

Distintivo desenhado na areia é abraçado pelos santistas (foto: www.santos.sp.gov.br)

De Santos

A alegria na mais nova capital da América é do tamanho da América.

Nas sacadas, janelas de todos os bairros, bandeiras, faixas, toalhas, camisas, cartazes estampam a felicidade.

No Gonzaga, a escultura na praia - homenagem. Na Vila Belmiro, a taça conquistada, em exposição - a imagem.

Por todo o lugar que se anda, por todas as esquinas, botecos, padarias, em todas as rodas de conversa em Santos o papo é este: o time tricampeão da Libertadores.

Milhares de santistas a comemorar sem parar. E sãopaulinos, e palmeirenses, e corinthianos, e flamenguistas, e botafoguenses, e vascaínos, e atleticanos, e coxas-brancas, e torcedores de outros clubes mais a reconhecer. 

Esse time de Neymar, Ganso, Elano, Léo, Danilo, Rafael, Pará, Arouca, Adriano, Durval, Edu Dracena, Zé Love, Alecsandro e todos os outros - capitaneado por Muricy - é um gigante, gigante como a América.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Caju, doce Aracaju

A larga faixa de areia é característica da Praia de Atalaia (foto: WAA)

De Curitiba

Bateu uma saudade de Aracaju, Sergipe e nossa gente...

E esta época do ano é propicia a visitas à capital sergipana.

Não faz aquele calor abafado com aquele sol de rachar de janeiro. Evidentemente, também não faz este frio desagradável destas plagas sulinas.

Temperatura sem exageros.

Agora, o que torna Aracaju convidativa neste período são os festejos juninos.

O Forró Caju é o grande festival de São João, mas há outros eventos também.

Essas festas se somam às atrações permanentes da cidade.

A bela Orla de Atalaia.

O Oceanário do Projeto Tamar.

A fartura da Passarela do Caranguejo, que reúne incontável número de restaurantes onde, claro, caranguejo é o protagonista.

A Coroa do Meio - recorte geográfico que marca o encontro do Rio Sergipe com o Oceano Atlântico.

O Parque dos Cajueiros.

O mercado público e outros pontos do Centro Histórico.

Falar em história, tem a vizinha São Cristóvão, quarta cidade mais antiga do Brasil e onde está a Praça São Francisco, classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Bom, por enquanto a viagem fica no plano virtual: www.aracaju.se.gov.br
 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O mundo sem Saramago

Escritos continuam a ser publicados

De Curitiba

Amanhã, 18 de junho, completa-se um ano da morte de José Saramago.

O mundo pouco se livrou, ou nada, das mazelas que Saramago aborda em seus textos.

A exploração no campo, o consumismo, o egoísmo, o imperialismo político e bélico, o neoliberalismo - a cegueira continua a predominar.

Até porque um ano é pouco, ou nada.

Mas é muito tempo também.

Sem Saramago, é muito tempo. Sem os escritos e as falas de Saramago, é muito tempo.

No entanto, como dito um ano atrás, a gente faz Saramago viver: http://migre.me/54xqW

E, como diz Pilar Del Río em texto publico hoje, ele continua vivendo: http://migre.me/54xtE

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Por mais ônibus híbridos

Em São Paulo, híbridos rodam na capital e no ABC (foto: divulgação)

De Curitiba

A Volvo anunciou nesta semana que vai implantar na capital do Paraná uma linha de produção de ônibus híbridos.

A Prefeitura de Curitiba já se comprometeu a colocar veículos d em algumas linhas municipais.

O fato foi tratado com certo ufanismo, que levou à divulgação de informações erradas.

Uma delas a de que Curitiba seria a primeira cidade do país a contar com ônibus híbridos.

Não será.

Curitiba, que sempre apresentou as inovações em transporte por ônibus, dessa vez demorou a adotar a novidade.

Há anos que no ABC Paulista e em São Paulo rodam ônibus híbridos.

A outra informação incorreta é de que a montadora sueca seria a primeira, no Brasil, a produzir esse "novo" tipo de veículo.

Não é.

Há pelo menos dez anos que a Eletra (www.eletrabus.com.br) vem desenvolvendo a tecnologia, e é a empresa que fornece a frota híbrida em operação em linhas paulistanas e do Grande ABC.

De qualquer modo, é importantíssima a entrada da Volvo nesse mercado.

A produção em maior escala e a concorrência entre os fabricantes vão baratear o produto.

A expansão dos fornecedores e a diminuição dos custos vão aumentar o número de ônibus híbridos circulando nas cidades. E os ônibus híbridos são menos poluentes e mais confortáveis.

Santos, que já teve a segunda maior frota de trólebus do país (hoje tem apenas cinco ônibus elétricos, rodando na resistente linha 20), poderia entrar nessa também.

Para tanto, a Prefeitura teria de se preocupar menos em atender aos interesses do Grupo Constantino (explorador do transporte coletivo na cidade) e mais com a qualidade do serviço. O que está difícil.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vó Benedita quer a casa aberta

Instituição há 35 anos abriga crianças em Santos

De Curitiba

A Casa Vó Benedita é a casa de vó: muito carinho, muita proteção, muita alegria.

Benedita é uma vó de muitos, muitos netos, e está sempre aberta a acolher mais.

Colaborações, portanto, são sempre bem-vindas. Ultimamente, imprescindíveis.

A instituição fica em Santos e tem duas unidades: uma no Jardim Santa Maria, Zona Noroeste, outra na Vila Nova, um dos bairros mais carentes da cidade.

No Santa Maria, abriga 50 crianças, vítimas de maus tratos, abandonadas, em situação de risco. Na Vila Nova, mantém uma creche noturna, para que as mães que moram nas redondezas e trabalham o dia inteiro  tenham onde deixar os filhos à noite para que possam estudar e melhorar de vida.

Recebe subvenção do poder público, doações e trabalhos voluntários. No entanto, em matéria de A Tribuna deste final de semana a presidenta da instituição, Elizabeth Rovai de França, alerta: está difícil, cada vez mais difícil sustentar a casa.

O apelo, então, é por ajuda. A Casa Vó Benedita está com uma barraca na Quermesse da Gota de Leite, evento beneficente desta época de festejos juninos. Além disso, pelo telefone (13) 3299-5415 dispõe de um canal de contato para quem deseja doar materiais. Auxílios financeiros podem ser feitos em depósito no Banco Itaú, agência 0268-2, conta corrente 31808-6.

Um pouquinho da história...

A Vó Benedita está no céu desde 1984.

Ela começara seu trabalho em 1976, quando tinha pouco mais de 50 anos. Benedita de Oliveira, negra, pobre, moradora da já degrada região da Bacia do Mercado, tivera cinco filhos, mas nenhum sobrevivera. Passou, então, a acolher crianças do bairro onde vivia, a maior parte filhos e filhas de prostitutas. Em 1982, esta matéria do jornal A Tribuna - http://migre.me/52GUL - contava essa história.

Com a morte de Benedita, 27 anos atrás, o trabalho da vó foi assumido pelos colaboradores de então. Em 1986, a instituição foi formalmente constituída. Hoje, 35 anos depois da primeira criança ter sido abrigada, apesar de todas as dificuldades a casa segue de portas abertas e, certamente, Vó Benedita quer continuar rodeada de muitos e muitos netos.

Nesta matéria do Jornal da Band, você pode saber um pouco mais: http://migre.me/52HgQ

Ah, e Vó Benedita está nas redes sociais também: no Twitter (@CasaVoBenedita), no Facebook (http://migre.me/52H4W); e ainda neste sítio: www.casavobenedita.org.br.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

♪ Você não podia esperar... ♪

Nos últimos seis meses, a cantora vem somando prêmios (foto: divulgação)

De Curitiba

2011, para a música brasileira, vem sendo efervescente.

Só pra ficar nos fatos de última hora: explosão d' A Banda Mais Bonita da Cidade, videoclipe comercial para os 25 anos de Eduardo e Mônica, Susana Vieira lançando cd...

Mas, por enquanto, vamos voltar um pouquinho para falar de uma novidade de 2010 e que, neste ano, está tendo sua consagração.

Falamos da compositora e cantora baiano-pernambucana Karina Buhr.

Uma figura - ou, como definiu Teresa Cristina, "que pessoa diferente!".

Um diferente diferente. Não é uma diferença excêntrica.

É fora do comum mas, ao mesmo tempo, uma figura comum.

Canta os fatos da vida, comuns, sob um ponto de vista incomum.

Repare na música carro-chefe desse início de carreira, "Eu menti pra você".

Trata de um assunto corriqueiro, os imbróglios dos relacionamentos, no entanto sob a ótica do "vilão", e não da "vítima" do sofrimento. Nada, porém, de um "vilão" carrasco, perverso; apenas alguém que errou e, de forma franca mas sem estupidez, expõe o reconhecimento desse erro.

(Clique aqui e confira a letra e o vídeo da música)

A fonética de Karina Buhr também foge ao convencional. Sem forçar, sem estereotipar, mantém seu sotaque nordestino, autêntico, que dá uma sonoridade ímpar às canções que interpreta, boa parte delas de própria autoria.

Tempera a MPB tradicional com Chico Science e Nação Zumbi de forma natural, sem que isso seja assim, apresentado como "mistura". É sua receita e de sua banda. (Aliás, Karina Buhr vem da ótima Comadre Fulozinha).

Bom, nos últimos seis meses Karina Buhr conquistou oito prêmios pelo sucesso em 2010. Nos próximos seis meses tem, na agenda, participações em um festival na Dinamarca e no Rock in Rio, entre outros compromissos.
Para saber mais e ouvir, www.karinabuhr.com.br

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Curta para curtir

Inscrições de todo país são aceitas até dia 17

De Curitiba

Fica mais uma vez o recado.

Quem lida com produção audiovisual pode participar do 9º Festival Santista de Curtas Metragens (Curta Santos), que ocorre em setembro e aceita inscrições, de todo o Brasil, até o próximo dia 17, semana que vem.

O Curta Santos já se consolidou como um dos principais festivais de filmes do país e ser selecionado para a mostra é garantia de visibilidade, de estar em contato com novos e veteranos talentos na área.

O processo de inscrição é bem simples, de modo que favorece a participação de produtores independentes, autônomos.

Enfim, aproveita!


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pena de morte

Denunciar criminosos poderosos tem custado a vida de brasileiros (foto: Carta Capital)
De Curitiba
Há pena de morte no Brasil.

Só nos últimos dez dias, cinco brasileiros foram vítimas dela, na região amazônica.

(Clique aqui e confira excelente reportagem da Carta Capital sobre o assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo)

Não cometeram crime algum.

Pelo contrário: lutaram contra o crime.

Denunciando, enfrentando criminosos, interesses poderosos.

Talvez pela distância territorial, aqui nesta urbanidade do Centro-Sul a repercussão, a indignação frente a esses acontecimentos parece arrefecida.

Não pode.

Da mesma forma que se protestou pela liberdade de expressão quando liminares proibiram marchas da maconha é preciso se mobilizar para cobrar investigação, punição, justiça, um basta nesse faroeste, nessa guerra na floresta.

Tal qual se rebela quando as balas perdidas chegam à orla, devemos caminhar contra as balas devidamente endereçadas nos rincões deste país.

>> Para saber mais, acompanhe www.cptnacional.org.br (Comissão Pastoral da Terra) e www.radioagencianp.com.br (Rádio Agência Notícias do Planalto).

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O calvário de quem nos conduz

Nem a bela paisagem ameniza a aridez da função de guiar (Foto: WAA)

De Curitiba

Milhões de pessoas na Grande São Paulo estão sendo prejudicadas pela greve dos motoristas de ônibus e condutores de trens e metrô.

A partir do dia 13, outra porção de milhares de passageiros, desta vez os da região metropolitana da Baixada Santista, deverá ficar sem transporte público.

A paralisação só vem piorar o calvário dos paulistas que dependem de condução. 

E vem expor as condições indignas de quem trabalha conduzindo a gente.

Principalmente na Baixada Santista, a greve marcada para começar daqui a uma semana e meia não é só por salários.

Os motoristas querem um basta na exploração.

Há dez anos, quem trabalha dirigindo os coletivos exerce a função também de cobrador.

Ou seja, além de cumprir a árdua missão de guiar no cada vez mais selvagem trânsito, precisa se preocupar com troco, em dar informação ao passageiro, em conferir se ninguém pula a catraca...

Não à toa, denuncia o sindicato da categoria, é crescente o número de afastamentos. Não há homem-de-ferro para suportar tamanho desgaste.

Existe uma lei estadual, da então deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que proíbe a dupla função. Mas as empresas de ônibus, amparadas pela cumplicidade do Governo do Estado e pela falta de senso de justiça do Poder Judiciário, têm conseguido barrar a implantação do ato legal.

A greve é um grito de desespero.

Pena que pune mais os que são vítimas, do que os que são vilões nessa trama.