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sábado, 30 de outubro de 2010

Até o apito final



De Curitiba

A campanha eleitoral que agora termina em muito se assemelhou à de 1989.

Vinte e um anos atrás, o Brasil pela primeira vez depois de quase três décadas ia às urnas para eleger seu presidente.

Como agora, duas candidaturas se opunham: a da esquerda, com Lula, a da direita, com Collor.

Aquela, como a de agora, foi marcada por episódios baixos, por uma onda de boataria raivosa, mas cômica de tão ridícula.

Como cômica de tão ridícula foi a onda de calúnias contra a candidatura da centro-esquerda de agora, a de Dilma, que se opõe à da direita, a de Serra.

Diziam, em 1989, que Lula pintaria a bandeira do Brasil de vermelho e tomaria a propriedade de todos nós, entre outras bobagens mais pesadas.

Disseram, em pleno 2010, que Dilma defende a morte de criancinhas e que disse ela ter "tanta força" que "nem Jesus Cristo lhe tiraria a vitória".

Ver e ouvir os de má-fé reproduzindo tanta asneira até a gente nota algum sentido - afinal são, essas pessoas, de má-fé.

O que espanta é ver gente dita "letrada" e "bem esclarecida" cair nessas armadilhas.

Bom, mas a campanha lembrou a de 89 também por fatos positivos.

A mobilização popular e de lideranças de diversos segmentos da sociedade, para se contrapor a essa campanha baixa, foi mais marcante - e decisiva para se esclarecer tanta difamação - do que a mais absurda das absurdas veiculadas.

Líderes cristãos progressistas - católicos e evangélicos - e de outras religiões; centrais sindicais e outros movimentos sociais; professores, cientistas sociais, artistas, muita gente, consciente da importância destas eleições para os rumos do Brasil, veio a público mostrar a cara. Não se esconderam, todos eles, no eufemismo da "independência" ou no comodismo do "voto nulo", e tomaram posição.

Tomaram posição porque, desprovidos de preconceitos sociais, sabem reconhecer que com o Governo Lula o país avançou, muito.

E porque sabem que a continuidade desse processo - com mais celeridade e mudanças - só pode ser assegurada por Dilma.

Porque sabem que a candidatura de Serra representa as forças truculentas da direita, aquelas que ganharam muito nos anos de Governo Lula, todavia, transbordando de preconceito e ojeriza às massas populares, negam-se a reconhecer as mudanças.

Porque sabem, todos os que não ficaram no muro e se uniram por Dilma, que Serra representa o neoliberalismo, um modelo de governo que nos colocou, no Governo FHC, de joelhos diante do FMI, do capital especulativo internacional, e que entregou nosso patrimônio de bandeja aos estrangeiros. Sem que, com isso, déssemos um passo sequer para minimizar nossas injustiças - pelo contrário, a exclusão foi mantida, quando não aprofundada.

Tá chegando a hora mas, como no futebol, o jogo só acaba quando termina.

O tempo regulamentar está quase esgotado e, mais alguns acréscimos, é hora de continuar com a defesa bem postada, cerrar a marcação no meio de campo e seguir tocando a bola no ataque. Sem desespero, sem cair em provocações, mas com muita firmeza ainda.

É hora de sair com bóton no peito, adesivo no carro, bandeira na mão e ficar atento, muito atento, a eventuais investidas inimigas de última hora.

Ah, e das boas referências a 89, a versão para Dilma do histórico jingle "Lula, lá, brilha uma estrela", para embalar a reta final.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Fiquemos com o futuro

De Curitiba

A edição deste final de semana do jornal Brasil de Fato traz um editorial primoroso.

Que deve ser lido por quem está indeciso neste segundo turno de eleições presidenciais e, principalmente, deve ser lido por quem está pensando em anular o voto ou aproveitar o feriadão para viajar e se abster de votar.

"A história não tem rascunho" é o título do texto.

Ou seja, fez, tá feito; deixou de fazer, deixado está - não há como, ao se arrepender, passar a borracha e refazer.

Não dá, portanto, para entoar essa cantinela de que é tudo igual.

Não é.

Pode não ser o ideal, o dos sonhos, mas tudo igual, não é.

Entrar nessa é fazer o jogo dos que querem enfraquecer a luta ou pelo menos o desejo pela construção de uma nação mais justa.

É preciso saber identificar quem vai na contramão dessa construção.

Quem tem mais a contribuir, quem tem mais a prejudicar.

Ora, com um mínimo de sensibilidade social, com conhecimento razoável da história recente do país e bebendo das fontes alternativas de informação é possível detectar as diferenças entre as candidaturas postas.

Podem não ser diferenças colossais; são, entretanto, marcantes e fundamentais.

De um lado, a candidatura da Dilma que é o voto pela continuidade do processo de desenvolvimento com inclusão social. Nunca na nossa história - não é retórica, são os números que nos apontam, os fatos que nos evidenciam - o Brasil aliou crescimento da economia com a inserção de irmãos e irmãs na cidadania a níveis como os de hoje.

Do outro lado, está a candidatura que encara os movimentos sociais como caso de polícia, que enfraquece o Estado para terceirizar ao mercado suas funções. Só que o mercado, você sabe, tem como o fim o lucro, e não o bem-estar social, ambiental.

Uma é a candidatura do presente pavimentando o futuro. A outra é a do passado destruindo o presente.

Não enxergar essa distinção básica, incorporar o discurso de tanto faz um como outro, e desperdiçar o voto ou abrir mão de comparecer as urnas é não só colocar em risco a sequência de um percurso que, apesar dos obstáculos e de atalhos nem sempre dos mais apropriados, é o norte certo. É, sobretudo, esvaziar o esforço para que esse caminho seja percorrido de forma mais acelerada, com menos desvios.

Confere lá o editorial:

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Iluminando

De Curitiba

Sem medo de ser feliz, sem medo de preconceito, milhares foram ouvir as palavras do presidente Lula na noite desta terça-feira, dia 26, na Cidade Industrial de Curitiba, em ato pró-Dilma.

Gente que percebe a vida melhorar nos últimos anos.

Gente que recebe salário melhor que há oito anos.

Gente que conseguiu emprego ou, se ainda não, vê as oportunidades surgirem.

Gente que pôde - ou agora pode - cursar uma faculdade.

Gente que sente mais respeito.

E não é pouca gente. É muita.

E pra tanta gente que Lula foi objetivo e didático no seu recado.

O voto no próximo domingo, dia 31, não é o voto na mulher ("na saia", como disse ele) ou no homem ("na calça").

Não é o voto no mais simpático, no mais sorridente, no mais experiente.

É o voto em dois projetos.

Um projeto é representado pela Dilma.

É o projeto do Governo Lula, que fez o Brasil gerar empregos em níveis recordes, que tirou 28 milhões de irmãos e irmãs da miséria absoluta, que viabiliza a todos a chance de estudar, financiar a casa própria. É o projeto que tirou o Brasil da submissão ao FMI, aos EUA, à Europa.

O outro projeto é representado pelo Serra.

É o projeto que já foi experimentado. O projeto do neoliberalismo, pelo qual o poder público se ausenta, privatiza, para que o mercado dê conta de resolver os problemas. (Só que o mercado não dá conta nem dos seus, quanto mais dos nossos problemas). É o projeto que excluiu irmãos e irmãs, que fez o país estagnar e se colocar refém dos interesses do capital especulativo.

Clareou?

(Mais sobre o comício com Lula em www.robertorequiao.com.br)

domingo, 24 de outubro de 2010

Contrapontos

De Curitiba

O processo eleitoral está sendo utilíssimo às escolas de Jornalismo, pela produção diária de exemplos de como não se deve fazer...Jornalismo.

Com exceção das emissoras de rádio e televisão, é legal, legítimo e moral todos os demais meios assumirem suas posições e a defesa delas, principalmente quando se está em jogo o interesse, o futuro da nação.

Basta deixar isso claro, e não posar de neutro, imparcial.

O que não é legal, nem legítimo e é imoral é a disseminação de mentiras, é a tomada como verdadeiros de fatos que não passam de boatos, é forjar acontecimentos. E omitir outros.

Até porque isso não é legal, legítimo e moral só no Jornalismo. Não é em prática nenhuma da vida.

Só nesta semana, Globo, Folha e Veja nos deram exemplos, um para cada dia da semana, de inverdades, diz-que-me-diz e de invenção de ocorridos.

Quando não criaram, esconderam.

Elas, que deram ampla repercussão e detalhado desenrolar da história dos dossiês, deixaram de lado a principal conclusão das investigações: as fuçadas em declarações pessoais de renda e a fábrica de dossiês têm no PSDB a matriz.

Primeiro, com o esquema de Serra para combater, ano passado, a pré-candidatura de Aécio Neves. Depois, com este, para contra-atacar as investidas do outro.

Enfim, a Carta Capital desta semana explica essa história direitinho: www.cartacapital.com.br.

Também analisa, com Mino Carta, o comportamento desonesto da dita grande mídia, a mídia comercial, empresarial.

"Nunca na história eleitoral brasileira a mídia nativa mostrou tamanho pendor para a ficção", diz Mino, diante do bombardeio diário de factóides.

"A mídia nativa conta aquilo que gostaria que fosse e não é. Descreve, entre o rídiculo e o delírio, uma realidade inexistente (...), capaz de enganar prezados leitores bem-postos na vida, tomador por medos grotescos e frequentemente movidos a ódio de classe."

Ou seja, de um lado uma mídia que se transformou, de fato, num partido político, ao incorporar ao seu cotidiano atividades que vão além da informar, analisar, opinar.

De outro, um público - uma parcela da classe média e da elite atrasada - que bota fé no que lê, assisti e ouve ou por ingenuidade, ou por ignorar a existência de fontes outras que se contrapõem à grande mídia propriamente dita, ou por sentir seus pensamentos fielmente traduzidos.

Aos que desconhecem fontes alternativas e aos ingênuos, no menu vertical direito da página deste blog há algumas dicas. Aos que compartilham das opiniões das vejas e folhas, bom, então, que as aproveitem bem. Só não venham com a conversa de que aquilo que dizem é a verdade absoluta - ou se quer a factual.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Contra a ofensa, carinho

De Curitiba

Bonita a mobilização na manhã desta quinta-feira, dia 21, em Curitiba, pró-Dilma.

A candidata esteve aqui fazendo uma curta, mas movimentada, caminhada pelo principal calçadão da cidade, o da Rua XV.

Milhares - o maior jornal local tentou minimizar, diminuindo em pelo menos dez vezes o número estimado de participantes - foram dar seu olá a Dilma.

Foi mais que uma manifestação de voto. Foi uma manifestação de solidariedade à candidata pelo quão agredida e difamada vem sendo nesta campanha.

Ela não levou nenhuma bolinha de papel na cabeça - se bem que um otário, do alto de um prédio, jogou uma bexiga cheia d'água -, mas tem sido muito, mas muito e covardemente, atacada neste processo.

Os homens e mulheres, as crianças, os jovens, os adultos e os velhinhos que foram à XV, e os trabalhadores que por lá ganham o dia, outras pessoas que por ali passavam, fizeram questão de acenar, mandar um abraço, lançar um beijo.

O carinho vai vencer a ofensa. O amor vai vencer o ódio, assim como (virou chavão, mas é a verdade é essa) a esperança venceu o medo.

Confira texto, fotos e vídeo da visita de Dilma a Curitiba em:

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"Dilma sim, porque não penso só em mim"

De Curitiba

Por falta de argumento melhor ou, pior ainda, por considerar esse um argumento plausível, vira-e-mexe se ouve gente - em geral, da classe média - justificar não votar em Dilma por não ter sentido sua própria vida melhorar nos últimos anos.

Bom, plausível tal argumento de fato não pode ser porque se sustenta numa dose exagerada de individualismo.

Afinal, as políticas públicas do Governo de Lula e de Dilma conseguiram tirar da miséria 28 milhões de brasileiros. Só o Bolsa Família livrou das condições sub e desumanas de sobrevivência 11 milhões de pessoas.

Ora, um governo que tira 28 milhões de irmãos e irmãs da pobreza extrema fez muito "por mim", por ti, por nós, pelo país.

Mas o dito argumento não é plausível também porque é absolutamente inconsistente, pra não dizer irreal.

Se você não é extremamente pobre, porém é pobre, o Governo de Lula fez por ti sim:

- ProUni, por exemplo, que abriu as portas da universidade para quase 1 milhão de jovens.
- Quase 200 escolas técnicas profissionalizantes.
- Samu e UPAs

Se você é classe média baixa, por ti foi tomada, entre outras medidas:

- Redução de impostos de automóveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos.
- Programa de microcrédito.

Se é classe média, classe média alta:

- Expansão recorde do financiamento da casa própria, pelos bancos públicos, que acabaram puxando também o crédito pelos bancos privados.

Se é rico, também não foi excluído:

- Com a economia aquecida, nunca os grandes empresários lucraram tanto.

Isso sem contar as ações globais, que indiretamente atingem a vida de cada um porque geram (ou, no mínimo, dão perspectiva de) emprego, aumentam a renda; e gerando emprego e renda aquecem a economia que, por sua vez, aquecida, emprega mais a gente, melhora mais o salário da gente, permite que a gente possa se dar ao luxo de gastar mais em roupa, em móveis pra casa, com viagens em feriadões e nas férias. São ações como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), maior conjunto de investimentos e obras de infraestrutura da história da República.

Reconhecer, se orgulhar, defender e propagandear esses avanços não é ignorar que os nossos problemas ainda são muitos, que estamos longe do Brasil que sonhamos. Agora, não conseguir identifcar essas conquistas ah, aí, talvez se esteja bebendo de fontes de informação viciadas, sabe-se lá.

O fato é que esse ciclo só tem sua sequência garantida com a eleição de Dilma Rousseff.

Porque a candidatura de José Serra representa um projeto, um modelo sustentado numa ideologia incompatível com o crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental. Esse modelo, esse projeto já esteve em prática na Era Fernando Henrique Cardoso e, só para ilustrar, além de não conseguir tirar um irmão sequer da miséria absoluta, ainda levou 5 milhões de brasileiros à pobreza extrema. O país não gerou emprego, a renda foi achatada e o nosso patrimônio entregue aos estrangeiros.

É esse o recado de hoje.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Neutro, só o sabão. E olhe lá...

De Curitiba

A baixaria tem marcado o processo eleitoral deste ano.

Mas a campanha vai entrar para história também como a que registrou uma das maiores manifestações de cidadania.

Segundo turno não é final de campeonato de futebol: mesmo que o time de coração tenha ficado de fora, não dá para ficar neutro.

Principalmente quem exerce uma função de liderança pública - seja na política, seja na arte, por exemplo.

É dever cívico, para esses, se posicionar.

A eleição não é a salvação da pátria, sabemos, entretanto é decisiva sim para os rumos da nação, para o nosso futuro, dos nossos filhos, dos nossos netos.

Repetindo, portanto: liderança pública, num momento crucial como esse em que dois projetos distintos estão em jogo, não pode se esconder numa falsa "independência", "neutralidade", ou se encostar na não menos descompromissada oposição a tudo e todos.

Neutros ficamos nós santistas num jogo entre Palmeiras, São Paulo, Corinthians: tanto faz um ou outro ganhar ou perder; quer dizer, melhor ainda se desse só pra se ter perdedor...

Não, segundo turno de eleição, ainda mais presidencial, não é assim.

Não é tanto faz quem ganha, tanto faz quem perde.

E o ato pró-Dilma Rousseff que artistas e intelectuais promoveram na noite desta segunda-feira (dia 18) no Rio de Janeiro é uma lição a quem se propõe a defender os interesses do povo mas prefere a cômoda opção pela distância em situações de polêmica.

Chico Buarque, Leonardo Boff, Paulo Betti, Alceu Valença, Beth Carvalho, Alcione, Hugo Carvana, Fernando Morais, Emir Sader, só para citar alguns, não hesitaram em tomar partido, tampouco em tornar pública a posição assumida.

Agora, a mais emblemática presença foi a de Oscar Niemeyer.

Aos 102 anos, em sua cadeira de rodas, esteve lá.

Numa mostra de lucidez e espírito revolucionário ausentes em muitos dos jovens, neocons.

Saiba mais sobre o evento no portal da Dilma: www.dilma13.com.br.

sábado, 16 de outubro de 2010

Serra é do Dem

De Curitiba

O jingle dele dá a deixa.

Serra é do Dem.

O Dem tem nome novo, mas conserva as ideias e práticas retrógradas do nome antigo, PFL.

PFL, ou Dem para os neocons, de Antônio Carlos Magalhães, de Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen...

Claro, não sejamos maniqueístas: nem tudo é 100% do mal, como não é 100% do bem. O Dem já teve um Aureliano Chaves, hoje abriga Cláudio Lembo, aqui no Paraná tem Alceni Guerra.

Mas o que representa o Dem, do Serra, é uma Kátia Abreu, é um José Roberto Arruda, o ex-governador do Distrito Federal que esteve para ser candidato a vice dele, do Serra.

Não deu, mas se escolheu outro à altura: o tal do Índio da Costa e sua impressionante defesa do que há de mais reacionário entre as ideologias deste nosso mundo.

Serra é do Dem, e aqui se faz, aqui se paga.

Duma baixeza demoníaca Serra colocou o tema aborto para demonizar a adversária, Dilma Rousseff. A esposa, Mônica Serra, chegou a declarar que Dilma defendia "a morte de criancinhas". Asco.

A máscara caiu.

A campanha, entretanto, não deve ser por esse caminho. As diferenças entre as candidaturas de Dilma e Serra não se medem por discussões moralistas, e sim pelos projetos que elas representam.

Serra, do Dem, representa o projeto já colocado em prática pelo governo do qual foi protagonista, o governo de Fernando Henrique Cardoso.

O projeto do Estado-mínimo, que considera investimentos em escolas técnicas, em aparelhamento das universidades públicas, em folha de pagamento de funcionários que prestam os serviços do governo ao cidadão como mero gastos a serem cortados para se alcançar superávit primário.

O projeto da privataria, que vendeu nosso patrimônio construído ao longo dos séculos com nosso suor a valores irrisórios, e ainda com dinheiro público emprestado para os compradores. A maior roubalheira já vista na história da nossa República, embora não escandalizada pela mídia.

É, ainda, o projeto da Alca, da submissão ao FMI, e não o projeto do Mercosul, da solidariedade com nossos irmãos vizinhos e da África e Oriente Médio.

A candidatura da Dilma representa a contraposição a esse modelo. Tudo bem, pode não ser a contraposição radical sonhada por nós da esquerda, mas é evidente e extraordinariamente um projeto mais progressista, desenvolvimentista e inclusivo que o projeto da outra turma.

Portanto, as escusas por este post longo e pela insistência em tratar aqui e em outras mídias excessivamente de temas eleitorais. 

Todavia é dever cívico, neste momento, contribuir no que tiver ao nosso alcance para aprumar os rumos da nossa nação e, sobretudo, evitar o retrocesso.

sábado, 9 de outubro de 2010

Baixada também 'tá com ela

De Santos

Milhares de turistas desceram a Serra do Mar para o passar o feriadão - ou parte dele, para quem não tem todos estes dias de folga - em Santos e região.

O feriado prolongado começou com sol entretanto a instabilidade do tempo já trouxe chuva. Até terça-feira, como será? Não há serviço de meteorologia eficiente o suficiente para nos dar a resposta com segurança.

O fato é que, com céu aberto ou encoberto, opções de lazer não devem faltar. Oportunidade de descanso, também.

Bom, mas feriado em pleno decisivo processo eleitoral  não dá para ser só de vida mansa. É momento para, aqui também, trabalhar para ajudar o Brasil a eleger Dilma Rousseff Presidenta da República.

Na Região Metropolitana da Baixada Santista, Dilma ganhou, no primeiro turno.

Não poderia ser diferente.

Enquanto no período de Governo FH/Serra o Porto de Santos foi loteado, o pólo industrial  de Cubatão viveu momentos de estagnação e o turismo foi ignorado, durante o Governo Lula/Dilma o maior porto da América Latina recebeu os maiores investimentos dos últimos 30 anos, a petroquímica e a siderurgia de Cubatão voltaram a contratar, o crescimento econômico propiciou às famílias viajarem para a praia e a descoberta do pré-sal traz perspectivas animadoras para a região.

Isso sem contar que a Baixada aguarda há quase 20 anos por históricas promessas de campanha do PSDB de José Serra: o metrô leve que só está nas projeções em power-point, a ponte Santos-Guarujá que não sai da maquete, as casas populares erguidas a conta-gotas para a erradicação das favelas e cortiços da região etc, etc, etc.

Enfim, não tem como: dia 31 é 13 Dilma, pelos avanços, contra o retrocesso.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vem junto com a gente

De Curitiba

Deslumbrado, o PIG, Partido da Imprensa Golpista, quis por que quis nestes últimos dias fazer a gente crer que a eleição presidencial foi para o segundo turno por causa da votação de Marina Silva.

Claro, foram quase 20 milhões de votos, no entanto o PIG omitiu um dado importante, ainda que o Instituto Sensus já tenha tratado de colocar o pingo nos is: maior do que número de votos de Marina foram as abstenções, que podem sim ter interferido no cenário.

Cerca de 24 milhões de brasileiros não compareceram às urnas, sobretudo das regiões Norte e Nordeste, onde a preferência por Dilma Rousseff é regra.

A confusão em torno da necessidade de se levar ou não o título de eleitor mais documento com foto deixou boa parte desses 24 milhões em dúvida se estavam ou não em condições de ir votar.

Mas, voltando às 20 milhões de pessoas que confiaram em Marina, elas devem estar ansiosas por saber que postura sua candidata terá agora no segundo turno.

Marina, que passou a campanha toda nem situação nem oposição, nem contra ou favor disso ou daquilo, vai ter que tomar uma posição.

Porque a vida é assim, como um big brother: dá pra ir levando ora estando de um lado, ora de outro, todavia chega um momento que não tem saída: é um, ou é o outro.

Se tiver o mínimo de coerência - e os 20 milhões de brasileiros que apostaram em Marina certamente o fizeram esperando dela, entre outras qualidades, a coerência - a jaguatirica, como ela mesmo se definiu no início da campanha, vai de Dilma.

Afinal, é Dilma que representa a continuidade do governo da qual Marina fez parte, do começo até quase o final.

Foram seis anos no Ministério do Meio Ambiente, obtendo o apoio e respaldo do presidente Lula quando dos embates mais difíceis. A foto acima, dos tempos de Marina ministra de Lula, é um retrato ímpar dessa sintonia.

Até o ano passado, Marina era do PT. E no PT ela foi senadora fazendo oposição ao governo de Fernando Henrique/José Serra, do PSDB-DEM.

Além dessa ligação histórica com um lado e da distância do outro, a principal plataforma de Marina e seu partido, o desenvolvimento sustentável, é incompatível com a filosofia de prática político-administrativa da turma que está na candidatura de Serra.

É, aquela, a prática da privataria, da valorização do mercado financeiro, do escancaramento das nossa economia às multinacionais. Modelo de governo que favorece aqueles que têm como objetivo primordial, se não único, o lucro.

E quem visa ao lucro a todo custo o obtém a todo custo, nem que seja o da destruição da vida.

Estão aí as transnacionais do agronegócio não vendo a hora de o Código Florestal Brasileiro ser alterado, como exemplo mais evidente.

Enfim, a decepção com qualquer outra decisão de Marina será praticamente irremediável. Só quem ainda busca no PIG meios para se informar poderá neste momento acreditar que o caminho natural seria outro.